Conforme evidencia o tributarista Renzo Bahury de Souza Ramos, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, na terça-feira (6), o Projeto de Lei (PL) 3.670/2023, que visa oferecer isenções tributárias para empresas que contratarem trabalhadores já aposentados. A proposta busca incentivar a inclusão de aposentados no mercado de trabalho, facilitando a contratação e oferecendo benefícios tanto para as empresas quanto para os profissionais. A seguir, detalhamos os principais aspectos do projeto e as discussões que o cercam.
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Quais são as principais vantagens do projeto para as empresas?
O PL 3.670/2023 estabelece que empresas de pequeno e médio porte poderão contratar aposentados com isenção de FGTS e contribuições previdenciárias. Especificamente, empresas com até dez funcionários podem contratar um aposentado sem precisar pagar o FGTS, enquanto empresas com 11 a 20 funcionários podem contratar até dois aposentados. Para empresas maiores, a isenção é limitada a 5% do total de funcionários. Essa medida tem como objetivo reduzir os custos para as empresas e estimular a inclusão de trabalhadores experientes, ajudando a manter o mercado de trabalho dinâmico e diversificado.
Além disso, a proposta exige que a isenção do FGTS seja válida apenas se a empresa comprovar o aumento no número total de empregados. A empresa também não precisará recolher o FGTS referente ao mês da rescisão do aposentado e ao mês anterior, nem pagar a indenização de 40% sobre os depósitos realizados durante o contrato. De acordo com Renzo Bahury de Souza Ramos, esses incentivos financeiros visam tornar a contratação de aposentados mais atraente para as empresas, incentivando a criação de mais oportunidades de emprego.
Quais foram as principais críticas ao projeto de lei?
Segundo Renzo Bahury de Souza Ramos, o projeto não recebeu apoio unânime. O líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), votou contra a proposta, argumentando que o foco deveria estar na inserção de jovens no mercado de trabalho. Wagner destacou que a taxa de desemprego para pessoas acima de 60 anos é significativamente menor, em torno de 3%, em comparação com a taxa de desemprego para jovens de até 17 anos, que é de 30%. Segundo ele, a prioridade deve ser oferecer oportunidades para os jovens, que enfrentam maiores dificuldades para encontrar emprego.
Por outro lado, o senador Flavio Azevedo (PL-RN) defendeu o projeto, argumentando que a experiência dos aposentados é valiosa e que não há uma competição direta entre jovens e idosos por vagas de trabalho. Azevedo enfatizou que os trabalhadores mais velhos, muitas vezes já aposentados, possuem uma grande experiência e continuam sendo ativos e produtivos, o que pode beneficiar as empresas que os contratam. Para ele, a proposta oferece uma maneira de aproveitar esse potencial, enriquecendo a força de trabalho.
Quais são os próximos passos para o Projeto de Lei?
Após a aprovação na CAE, o PL 3.670/2023 segue para análise no Plenário do Senado. A discussão e votação no Plenário serão cruciais para determinar se a proposta será convertida em lei. Se aprovada, a implementação das isenções tributárias pode ter um impacto significativo na forma como as empresas contratam e mantêm trabalhadores aposentados. A proposta reflete uma tentativa de balancear os interesses de diferentes faixas etárias no mercado de trabalho, incentivando a inclusão de profissionais experientes ao mesmo tempo em que busca atender às necessidades das novas gerações.
Conforme elucida o tributarista Renzo Bahury de Souza Ramos, a decisão final sobre o projeto será acompanhada de perto, tanto pelos setores empresariais quanto pelos defensores de políticas voltadas para o emprego juvenil. A expectativa é que o debate continue a destacar a importância de encontrar soluções que beneficiem toda a força de trabalho, promovendo uma economia mais inclusiva e equilibrada.
Rumo a um mercado de trabalho mais inclusivo
Em resumo, a aprovação do PL 3.670/2023 pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado marca um passo significativo em direção a um mercado de trabalho mais inclusivo. A proposta de isenção de FGTS e contribuições previdenciárias para empresas que contratam aposentados busca reconhecer e valorizar a experiência dos trabalhadores mais velhos, ao mesmo tempo em que oferece um alívio financeiro para as empresas.
Contudo, o debate em torno do projeto destaca a necessidade de equilibrar os interesses das diferentes faixas etárias no mercado de trabalho. Com a análise ainda pendente no Plenário, o próximo passo será crucial para definir o impacto final dessa medida. Se aprovada, a lei poderá não apenas abrir novas oportunidades para aposentados, mas também contribuir para uma economia mais diversificada e equilibrada, beneficiando tanto trabalhadores quanto empregadores.